Segundo a Polícia Civil o rombo aos cofres públicos podem ter chegado aos 2.000.000.00 (dois Milhões de Reais).
A partir de agora vamos acompanhar em todos os detalhes os acontecimentos que marcaram o maior escândalo de corrupção no Saae de Bocaiúva. O site www.rsena.com.br fez um passo a passo das investigações realizadas pela Policia Civil de Bocaiúva em parceria com o Ministério Público na autarquia mais lucrativa da cidade. Acompanhe abaixo os acontecimentos, desde sua origem até a conclusão do inquérito que indiciou Robson Andrade.
COMO SURGIU A DENUNCIA
O mandado de busca e apreensão na casa de Robson Andrade aconteceu depois de uma investigação iniciada nas obras de asfaltamento das Ruas Belo Horizonte e Olhos D’água a pedido do Vereador Fernando Messias (Fernando de Pedrão). O vereador achou estranho a prestação de contas do Saae referente ao valor gasto na obra asfaltica de ambas as ruas, cerca de 1.500.000,00 reais (um milhão e quinhentos mil reais) o que para ele ficou evidenciado fortes indícios de superfaturamento. Fernando fez a denuncia ao Ministério Público que por sua vez pediu uma vistoria na obra.
PARTICIPAÇÃO DO DR. LEONARDO DINIZ
Depois da denúncia do vereador Fernando Messias, o MP solicitou ao delegado Leonardo Diniz que acompanhasse uma vistoria nas obras. Segundo o delegado, a época da vistoria, já havia ficado constatado de que os números apresentados no papel não eram compatíveis com o que se via na obra. Leonardo disse que documentalmente o Saae afirma que instalou nas duas ruas um determinado número de “bocas de lobo” quando na verdade foi detectado um número muito menor e que a partir daí iniciou-se uma minuciosa investigação.
DIA DA OPERAÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO
No dia 29 de Março a Polícia Civil da Comarca de Bocaiúva realizou uma operação de busca e apreensão no escritório do Saae (Saneamento Autônomo de Água e Esgoto) bem como na residência do seu diretor o Sr. Robson Andrade. No dia do ocorrido a Polícia revelou documentos que chocaram a cidade e deixou a população indignada.
FOLHAS DE CHEQUES
Em entrevista coletiva o Delegado Dr. Leonardo Diniz afirmou que na operação foram encontradas folhas de cheques que já constavam como pagas aos fornecedores do Saae, mas que se encontravam sob os cuidados do diretor da autarquia o que, para o delegado, caracteriza recebimento de propina por parte do diretor.
ASSESSOR CARLOS PIMBA
Leonardo falou também sobre o assessor de Comunicação do Saae o Sr. Carlos Alves (o Pimba) que mesmo recebendo um salário mensal de cerca de quatro mil reais têm em sua posse, somente em Bocaiúva, um patrimônio avaliado em quase 900 Mil reais. Para o delegado, Carlos Pimba, se trata de um “laranja” dentro do esquema e sua função seria promover a lavagem de dinheiro.
CASA ALUGADA
Leonardo também apontou irregularidades na locação de um imóvel pertencente a uma das irmãs de Robson. Segundo ele a prefeitura paga mensalmente o aluguel, mas o mesmo não é utilizado. Para o delegado, neste caso, está caracterizado o uso irregular e desnecessário do dinheiro público, bem como, privilégios financeiros ao familiar do diretor do Saae. A população achou estranho que a prefeitura pagasse por um aluguel sem utilizá-lo ao mesmo tempo em que o IMA (Instituto Mineiro de Agropecuária) ameaçava abandonar a cidade depois que a prefeitura alegou não ter condições de arcar com o aluguel do imóvel a que o órgão estava instalado.
BLOQUETES TRITURADOS
Outro ponto que chamou a atenção da Polícia Civil é que nos documentos o Saae teria pago cerca de 100 mil reais para que uma empresa triturassem os bloquetes retirados das ruas Olhos D’água e BH aos quais foram substituídos pela pavimentação asfáltica, mas segundo o delegado é sabido por todos que estes bloquetes não foram triturados e sim reutilizados em outras vias da cidade. Tais incompatibilidades foi o estopim para a busca e apreensão na casa de Robson e também na autarquia dirigida pelo mesmo.
ROMBO AOS COFRES PÚBLICOS E PRIVILÉGIOS A FAMÍLIA ANDRADE
Segundo a Polícia Civil o rombo aos cofres públicos podem ter chegado aos 2.000.000.00 (dois Milhões de Reais). Mas o que mais gerou revolta na população foi a revelação feita pela polícia de que alguns familiares de Robson Andrade e inclusive o próprio diretor não estavam pagando suas contas de água a pelo menos 2 anos sem que o abastecimento fosse suspenso. Muitos moradores não pouparam críticas a situação de privilégio a família Andrade e várias manifestações de repúdio foram expostas nas redes sociais.
NOVAS REVELAÇÕES
A policia ainda conseguiu colher um depoimento onde o depoente confessa que o Saae utilizou o nome de sua empresa de floricultora para justificar um serviço de paisagismo em Engenheiro Dolabela e que, embora sua empresa não tenha realizado nenhum serviço, ainda sim o valor de cerca de 8.000 mil reais foram depositados em sua conta com a condição de que ele ficasse com um mil reais e repassasse os outros 7.000 mil reais a uma irmã de Robson que é proprietária de uma floricultura em Bocaiúva.
A OPERAÇÃO FOI NECESSÁRIA.
Dr. Leonardo conversou com a reportagem do site www.rsena.com.br. Segundo ele a operação foi necessária haja visto o que se descobriu com a apreensão de vários documentos. Para Leonardo não existe nenhum indício de participação no esquema do Prefeito e que o chefe do executivo têm colaborado com as investigações. De acordo com o mesmo alguns pontos da investigação já foram concluídos e alguns envolvidos no esquema como Robson Andrade, Carlos Pimba e o empresário proprietário do Caminhão Munck já foram indiciados.
RESPOSTAS DOS ENVOLVIDOS
A reportagem do site RSena conversou com o Irmão de Robson Andrade, o senhor Ronildo Andrade onde o mesmo disse que sua família está sendo vítima de perseguição por parte do delegado.
O empresário proprietário do Caminhão Munck, vendido e depois alugado pelo Saae, disse que não enxerga nenhuma ação irregular por parte de sua empresa ao qual simplesmente participou e venceu um leilão, adquiriu e reformou o veículo e que jamais o alugou ao Saae e sim emprestou e que se existe alguma nota de pagamento pelo serviço, sua empresa jamais recebeu este dinheiro, sendo portanto, de responsabilidade do Saae dar as devidas explicações.
O assessor de comunicação do Saae, Carlos Pimba, já havia dito a reportagem da Inter TV que desconhece as investigações e mesmo passados mais de 10 dias do ocorrido o mesmo continua sem se manifestar.
O prefeito Ricardo Veloso enviou a nossa reportagem, através de sua assessoria de comunicação, uma nota ao qual afirma que ainda desconhece o teor das investigações e que a prefeitura ainda não foi notificada quanto ao caso. Na nota a prefeitura diz que o Saae é uma autarquia independente e que aguardará a conclusão das investigações para tomar um posicionamento