Não restou aos comerciantes de Bocaiuva outra opção se não assistir os feirante negociarem seus produtos.
Ha mais de três anos comerciantes de Bocaiuva e organizadores da Feira do Brás travam uma verdadeira “queda de braços” na disputa pelos clientes da cidade. De um lado os organizadores da Feira do Brás, evento itinerante que oferece produtos de lojas a preços de fábrica, querendo se instalar em Bocaiuva e do outro lado comerciantes de Bocaiuva alegando que a feira prejudica o comércio local e consequentemente atrapalha o desenvolvimento da cidade.
Nas duas últimas tentativas de vender seus produtos, os organizadores da Feira do Braz foram surpreendidos com a suspensão dos alvarás de licença. As suspensões aconteceram depois de forte pressão da CDL (Câmara de Dirigente Lojistas de Bocaiuva) junto a Prefeitura Municipal. A época os lojistas chegaram a ameaçar boicotar a Festa do Senhor do Bom Fim depois que a Igreja Católica alugou o terreno para a instalação da feira. Porém os organizadores da Feira do Bráz não se deram por vencidos e em uma manobra surpreenderam os lojistas quando anunciaram o evento as margens da BR 135 espaço que pertence ao Governo Federal, fugindo assim do alcance do município.
Não restou aos comerciantes de Bocaiuva outra opção se não assistir os feirante negociarem seus produtos. A maioria dos lojistas ficaram indignados com a situação, pois segundo os mesmos, o comércio local oferece emprego, renda e desenvolvimento a cidade e que este tipo de acontecimento só atrapalha o cenário econômico do município que hoje é de crise.
“Pagamos impostos, aluguéis caríssimos, assinamos a carteira dos nossos funcionários, pagamos INSS e fundo de garantia, investimos na estrutura de nossas lojas, oferecemos conforto ao nosso cliente e aí vêm os feirantes lá de São Paulo que não fazem nada disso que eu faço e simplesmente se instalam na minha cidade e vende o mesmo produto que eu, porém sem arcar com as despesas que eu arco. Tenho 05 funcionários e cada um depende da minha loja para sustentar suas famílias. Uma feira como essa trás um impacto negativo a economia da cidade. Muito cidadão bocaiuvense comprou nessa feira e não vai precisar fazer compras para o Natal ou Ano Novo. O resultado disso é que terei que demitir pelo menos 02 funcionários aos quais podem inclusive vir a ser parentes de quem tanto defende esse tipo de comércio itinerante em nossa cidade” Desabafou um lojista que preferiu não ser identificado.