O bocaiuvense assiste horrorizado o aumento da criminalidade com pessoas inocentes perdendo a vida. Enquanto isso, profissionais da policia continuam impedidos de exercerem seus trabalhos.
Os últimos meses em Bocaiuva tem sido sangrentos. Tiros, brigas, balas perdidas e mortes. Não é preciso nenhuma estatística para perceber que a criminalidade e a desordem aumentaram consideravelmente nos últimos meses na cidade outrora tão pacata. Coincidência ou não, o fato é que tais crimes acontecem justamente em um momento de indefinições, tanto na Polícia Civil quanto na Polícia militar. Ações judiciais e até mesmo perseguições políticas encurralaram dois profissionais considerados referência contra o crime em suas respectivas instituições.
Na Polícia Civil, o Delegado Leonardo Diniz a vários anos vem sendo obrigado a dividir suas atenções, hora com o seu trabalho de combate a corrupção, hora com as perseguições políticas onde pessoas influentes tem se dedicado a tentar retirá-lo da comarca depois que suas investigações colocou pessoas poderosas atrás das grades. Já na Polícia Militar, o homem considerado “linha dura” no combate a desordem e ao crime, encontra-se recolhido, por ordem judicial, dentro do Quartel da PM prestando apenas serviços administrativos e ficando impedindo de sair as ruas. Sargento Prates foi acusado pelo Ministério Público local de abuso de autoridade, mas segundo o próprio policial, não houve provas referentes as acusações e, mesmo o seu processo sendo arquivado, o mesmo continua impedido de exercer suas funções e realizar suas rondas policiais.
Enquanto isso, o bocaiuvense assiste horrorizado o aumento da criminalidade com pessoas inocentes perdendo a vida ou sendo feridas, vítimas de balas perdidas em fatos, até então, vistos pelo povo apenas em noticiários. Não que o delegado Leonardo e o Sargento Prates sejam os únicos com competência em suas corporações (nada disso). A bem da verdade, os mesmos estão longe de serem os “salvadores da pátria” e seus sucessos profissionais, bem como, a boa popularidade se devem também ao eficiente trabalho de toda uma equipe. De qualquer forma, é nítido o constrangimento e a frustração dos demais profissionais das Policias em ver dois colegas sendo punidos simplesmente por realizarem um bom trabalho.
Para o cidadão é muito difícil de entender por que, afinal de contas, profissionais que se tornaram referências no combate ao crime e a corrupção estão recolhidos, ao mesmo tempo em que os corruptos e os criminosos estão a solta nas ruas da cidade. Delegado Leonardo Diniz trabalha por força de uma liminar e sua luta contra a corrupção continua sendo dividida com sua batalha para continuar realizando o seu trabalho. Já Sargento Prates teve o seu processo arquivado, mas até segunda ordem, continua dentro do quartel servindo cafezinho para os colegas.
Azar o deles??? Não… Azar o nosso e das famílias como a de Maria Milza Anelina dos Santos que viu sua ente querida perder a vida aos 40 anos vítima do crime. Os assassinos de Milza estão soltos enquanto que os profissionais que poderiam prendê-los ou até mesmo evitar a morte de um inocente encontram-se em suas salas, reféns das incertezas. Com isso vamos percebendo que Bocaiuva é mesmo um reflexo do Brasil onde o bom profissional sempre é punido quando ousa a enfrentar o sistema e consequentemente, por outro lado, a população honesta tem que se refugiar em suas residências cada vez mais refém da criminalidade. O ex presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ministro Joaquim Barbosa, não mentiu e não exagerou quando disse que: “No Brasil privilegia-se o bandido ao mesmo tempo que se pune o cidadão de bem”.
Fica a pergunta… QUEM SERÁ A PRÓXIMA VÍTIMA???
Instalei o Pelotão de Bocaiuva em 1 976 e estive no Comando até 1984. Nesses 8 anos Bocaiuva foi minha “cidade Natal adotiva”, pois lá nasceram meus três filhos. Fico triste de chorar quando me chegam tais notícias. Poderia dizer “no meu tempo…”, mas não.Não tenho esse direito , pois os tempos eram outros.Apenas lamento e deseja ardentemente que o SENHOR DO BONFIM abra a cabeça desses tais que estão complicando a vida do povo dessa cidade onde deixei somente amigos.