Programação cultural e até mesmo religiosa da festa do Padroeiro de Bocaiuva divide criticas e elogios por parte da população.
Por Ricardo Sena:
Encerrou-se no último final de semana mais uma Festa do Senhor do Bom Fim. Como acontece todos os anos, o evento religioso e cultural recebeu críticas e elogios por parte dos moradores. Na parte cultural, ficou a decepção pela ausência de, pelo menos, um show de expressão nacional, assim como vinha acontecido nos últimos anos, embora ainda há quem concorde que isso seria inevitável em um momento que a Prefeitura precisa economizar. O fato é que, para a atual administração o qual ganhou as eleições expondo os problemas da antiga gestão, ficou o gostinho amargo por não ter conseguido realizar uma agenda cultural superior a antiga administração do Ex-prefeito Ricardo Veloso que, justiça seja feita, mesmo enfrentando as mesmas crises financeiras em seus últimos anos de mandato, conseguiu trazer shows expressivos na Festa do Senhor do Bom fim e aniversario da cidade nos seus 08 anos consecutivos de mandato, assim como também ocorreu nos 08 anos de mandato do Ex-prefeito Alberto Cadeira. Mas crises e criticas a parte, teve também quem elogiasse o espaço aberto aos chamados artistas da terra durante a festa do padroeiro local.
Saindo da parte cultural e indo para a parte religiosa, a festa do Senhor do Bom Fim dividiu opiniões. Muitos lamentam a ausência da fogueira o qual deu lugar a uma parte do parquinho de diversões. Muitos criticaram o excesso de propagandas na Praça da Matriz impedindo a visão daqueles que acompanhavam a movimentação. Outros lamentam o fato de, mais um ano, não ter havido o Levantamento do Mastro uma vez que o pau do mastro, que tradicionalmente levantava a bandeira, foi substituído por cabos de aço, e assim, a bandeira subiu por uma espécie de elevador sem precisar dos braços devotos dos fieis pagadores de promessas. De fato, para os mais saudosistas, é um fato preocupante perceber que as tradições da nossa festa vem se perdendo e dando lugar aos interesses financeiros. O próprio Padre Maia já havia reclamado, em uma entrevista a emissora Rádio Clube, o fato da “Tenda da Amizade” ter se transformado em um comercio quando, a bem da verdade, segundo ele, a mesma foi criada para abrigar e dar amparo as famílias das comunidades rurais que vinham para o perímetro urbano a fim de participarem da procissão. Por falar em Tenda da Amizade, para se ter uma ideia, antigamente nos ofertórios das missas eram doados alimentos variados que a igreja distribuía as famílias pobres. Hoje tudo mudou e a exigência da igreja é que os fiéis ofertem óleo, amendoim, leite condensado, dentro outros produtos, que não vão para os pobres, mas sim para serem comercializados na famosa “Tenda dos milagres” ou melhor “Tenda da amizade”, pois até mesmo o nome do espaço criado pelo Padre Maia foi mudado.
Mas, pra não dizer que não falei das flores, esses foram apenas alguns pontos negativos que não conseguiram se sobressair aos pontos positivos das festividades. Críticas a parte, devemos reconhecer que a festa do Senhor do Bom Fim ainda sim foi muito bem organizada e os organizadores que se dispuseram a trabalhar voluntariamente conseguiram mais uma vez segurar a “peteca” fazendo com que nossa festa se consolidasse mais uma vez como a maior do Norte de Minas Gerais. Sabemos que organizar uma simples “festinha” de aniversário em nossa casa já não é fácil, quem dirá organizar uma festa com a proporção da do Senhor do Bom Fim. Críticas existem e sempre existirão, mas o que se deve fazer é aproveitar essas criticas para continuar melhorando ainda mais. Por tanto… Que a festa do Senhor do Bom Fim do próximo ano tenha retomada as suas tradições, que a questão financeira não se sobreponha aos ideias da nossa querida Igreja Católica e que acima de tudo o Senhor do Bom Fim continue iluminando cada bocaiuvense os quais fazem dessa terra um lugar simplesmente especial.