“RETRATAÇÃO”: Em Bocaiuva, Prefeita Marisa Alves se retrata com Capitão da Polícia Militar.

A época, a Prefeita Marisa Alves teria tentado interferir na ação da Polícia Militar que tentava controlar uma confusão durante o evento “Axé Boc”.

A confusão durante o evento “Axé Boc” ocorrida em Bocaiuva no ano passado teve um desfecho judicial na última semana. No dia 12/09/18 (Quarta-Feira), a Prefeita de Bocaiuva, Marisa Alves, assinou uma proposta de retratação feita pelo autor da ação, o Capitão da Polícia Militar Ibernon Oliveira Rodrigues, que se sentiu prejudicado com as denúncias da Prefeita, bem como com a repercussão negativa em torno do seu comando.

Tudo começou na madrugada de Sábado para Domingo do dia 16/04/17 onde uma confusão envolvendo alguns frequentadores do evento “Axé Boc” foi parar na Polícia com um dos envolvidos sendo conduzido ao Quartel e com tentativa de intervenção da Prefeita de Bocaiuva, Marisa Alves, em favor do detido. Marisa não teria gostado da prisão de um dos jovens envolvido no tumulto e compareceu ao Quartel da PM local a fim de tentar minimizar os fatos. Sem êxito na tentativa, a Prefeita bocaiuvense teria ficado irritada e dito a seguinte frase: “Esse Capitão pode esperar, pois vou sumir com ele do mapa”.

A Prefeita teria se referido ao Capitão da Polícia Militar de Montes Claros, Ibernon Oliveira Rodrigues, que comandava a operação de segurança da PM durante o “Axé Boc”. Um dos detidos pela Polícia a época se tratava de um parente da Prefeita e também sobrinho do organizador do evento. A frase supostamente dita pela Prefeita Marisa Alves em tom de ameaça ao comando da Polícia Militar foi relatada em Boletim de ocorrência, o qual narrou os fatos ocorridos antes, durante e após a confusão iniciada na Praça de Eventos. Dias depois da confusão, a Prefeita teria enviado um ofício para o Comandante do 10° Batalhão da Polícia Militar (BPM) com denúncias contra o Capitão, o que gerou a abertura de um procedimento administrativo para apurar possíveis arbitrariedades por parte do oficial que comandou o policiamento no evento.

Após apuração dos fatos, o BPM concluiu que as denuncias contra o Capitão eram improcedentes. O oficial então moveu uma ação contra a Prefeita Marisa Alves e mais dois envolvidos sendo que, no último dia 12 de Setembro, conseguiu uma retratação judicial por parte dos mesmos.

Na retratação assinada pela Prefeita Marisa Alves, ela reconhece que a ação da Polícia Militar, comandada pelo capitão Ibernon Oliveira Rodrigues, em face da confusão, foi legítima. No documento, Marisa Alves expressa profundo respeito pela instituição da Polícia Militar e declara que em nenhum momento quis questionar qualquer ordem do Capitão, ao qual, reforça a Prefeita no texto, agiu de forma legítima.

No documento de retratação assinado pela Prefeita, a mesma nega que tenha dito a frase atribuída a ela em matéria do RSENA quando teria declarado que: “Esse Capitão pode esperar, pois vou sumir com ele do mapa”. Porém, a frase não foi atribuída a Prefeita originalmente pelo site RSENA, mas sim pelo Boletim de Ocorrência registrado pela própria PM logo após a confusão, sendo o registro retransmitido aos leitores do Site através da cópia do B.O.

No documento, André Sales que foi detido durante a confusão, deixou acordado que renúncia a qualquer eventual demanda a ser proposta contra o Capitão e manifestou profundo respeito a instituição da Polícia Militar. Rivelino Edson Carlos, organizador do evento “Axé Boc”, registrou pedido de desculpas por dizeres após o ocorrido e também manifestou especial respeito a instituição da Polícia Militar.

A audiência foi realizada na sala de audiências do juizado especial da comarca de Bocaiuva pelo Juiz de direito Dr. Daniel Leite Chaves.

Por telefone, o Capitão Ibernon Oliveira Rodrigues conversou com a Reportagem do RSENA. O mesmo reforçou a correção na ação da Polícia Militar sob o seu comando durante o evento “Axé Boc”, lamentou a repercussão negativa a sua imagem e a imagem da instituição durante e após o ocorrido, mas se disse aliviado com o acordo de retratação aceito pelas partes envolvidas o que, segundo ele, coloca em “pratos limpos” diante da sociedade a seriedade e o comprometimento da Polícia Militar com a segurança pública.

ATA DA AUDIÊNCIA: