E agora Robertão? A capacidade de investimento da prefeitura inexiste, requerendo que o gestor se ocupe em “passar o chapéu” junto aos parlamentares estaduais e federais em busca de verbas:
Por: Henderson P. C. de Faria/ Para o RSENA:
Encerrada as eleições, o novo prefeito de Bocaiuva logo será empossado para administrar o Munícipio que apresenta inúmeros desafios a serem vencidos, acompanhado de grande expectativa dos cidadãos. Os munícipes aguardam o sucesso da gestão com esperança de desenvolvimento da nossa Bocaiuva, que há muito sofre por motivos diversos.
Nesta senda, questões se impõem e carecem de respostas, tendo em vista que ao contrário do que a atual gestão pretendia fazer acreditar, as finanças da prefeitura não vão bem e o anunciado saldo em caixa no período eleitoral surpreende, posto que as dívidas são muitas e a equação não fecha.
A receita total do município gira próximo a 120 milhões, sendo a Receita Corrente Líquida de 110 milhões, valores que podem variar para mais ou menos a cada ano, não se observando, pelo menos na atual administração, iniciativas para melhoramento da arrecadação ou diminuição das despesas, temas polêmicos e impopulares.
Com o PREVIBOC por falta de repasses regulares das últimas administrações, a dívida totaliza 16 milhões de reais e com o INSS 7 milhões, constando como parceladas, porém atrasadas. Com a folha de pagamento dispende-se mensalmente 4 milhões e cem mil reais, aqui incluído o valor de 2 milhões e quatrocentos mil pago aos efetivos, aos comissionados 290 mil, aos contratados 800 mil, ao PREVIBOC de repasse patronal 340 mil e ao INSS 260 mil.
Nestes números destaca-se o Hospital Municipal onde os valores com pessoal efetivo, comissionado e contratado, incluído os repasses patronal ao PREVIBOC e INSS, ficam próximos a 370 mil reais. Na Autarquia a despesa com pessoal mais as despesas com material e manutenção beiram os 650 mil reais mensais.
Do bolo, a Câmara Municipal abocanha 6% da RCL, certamente uns 6 milhões de reais anual ou 500 mil por mês.
Como se observa em cálculo rápido, mais de 50% da receita do município consome-se com pessoal, que até estaria tranquilo se fosse esse o número, afinal, o limite prudencial aceito legalmente é de 52% da receita, entretanto, se for contabilizado os valores pagos aos profissionais médicos que trabalham como empresas, esse percentual subiria para além de 70%.
Mencione-se que existe ainda um passivo com o funcionalismo oriundo de ações judiciais que totalizam uns 12 milhões de reais.
Nessa esteira somam-se as despesas com a Saúde, Educação, Cultura, manutenção de estradas, limpeza urbana, manutenção de veículos e prédios, festas entre outras, enfim todo um valor para manter o atendimento à comuna, que contabilizados na “ponta do lápis” como se diz popularmente, não fecham.
A capacidade de investimento da prefeitura inexiste, requerendo que o gestor se ocupe em “passar o chapéu” junto aos parlamentares estaduais e federais em busca de verbas.
Existem as emendas impositivas dos vereadores e também os muitos compromissos desses junto à população que conduz inevitavelmente a atritos com o Executivo quando não atendidos, a fiscalização do Ministério Público e as diretrizes do Tribunal de Contas.
Sabemos que a Administração Pública tem sua própria lógica, distinta da iniciativa privada, cuja matemática se não for fielmente observada, se a conta não fechar, a falência é o resultado, entretanto, não se pode esquecer que apesar da diferença que resguarda aquela, números são números em qualquer parte do Globo.
Obras paradas, contas a serem prestadas, a justa cobrança da população que deseja desenvolvimento, não leva a acreditar que seja uma tarefa fácil administrar Bocaiuva. Talvez um verdadeiro presente de grego…
E agora Robertão? Os votos são de sucesso!
ENTREVISTA COM ROBERTÃO E FRANK:
“NÃO VOU CONTRATAR NINGUÉM PARA ME ABORRECER”: Em entrevista exclusiva, Prefeito eleito e Vice de Bocaiuva falam sobre planejamento de governo. Acompanhe o vídeo abaixo: