“ESTAMOS SEMPRE OCUPADOS DEMAIS”: Ao perdemos um amigo percebemos o quanto somos inválidos.

O “Beto” sempre foi meu ouvinte assíduo na Clube 91,5 FM; sempre interagia conosco na programação e, por incrível que parece, era entusiasta das mensagens de reflexão e superação. Na última semana meu ouvinte e amigo resolveu ir embora por contra própria e escolheu uma maneira brutal para retirar sua própria vida:

Por Ricardo Sena/Para o Site RSENA:

RSENA 22/12/21 às 23:10hs

Olá, leitores!! Meu amigo Beto Caldeira, sempre gentil, educado e diplomático. Nas rodas de bate-papo era capaz de ajudar nas piadas, mas se silenciava quando a “pauta” era falar mal de alguém. A morte do meu amigo “Beto” me leva a uma séria reflexão: Estamos sempre abertos a compartilhar as boas “prosas” e os bons momentos com os amigos, mas muito ocupados para conversar com quem realmente necessita do nosso diálogo. Neste sentido, faço aqui uma autocrítica. O “Beto” sempre foi meu ouvinte assíduo na Clube 91,5 FM, sempre interagia conosco na programação e, por incrível que parece, era entusiasta das mensagens de reflexão e superação. Tive por várias vezes a oportunidade de sentar com o mesmo e conversar; tive a oportunidade de atender diversas ligações, mas, de repente o amigo Beto ficou silencioso e  ao andar pelas ruas percebia o mesmo cabisbaixo e com um semblante diferente. Parecia andar sem rumo e sem vontade. Foi então que percebei que algo não estava legal e sempre tive a vontade de parar para conversar. Mas, a maldita vontade é a grande inimiga da prática. Eu sempre estava com pressa e ansioso para chegar em algum lugar, pois estava sempre em cima da hora. Sempre tinha vontade de parar, mas pensava comigo: “Agora não, deixa para amanhã”. Pois é, fiquei sabendo na última terça feira (14)  que o meu ouvinte e amigo resolveu ir embora por contra própria e escolheu uma maneira brutal para retirar sua própria vida.

Tal situação não é culpa de ninguém, nem mesmo da própria vítima, mas, admito, estou muito triste e decepcionado comigo mesmo. Deveria ter parado para conversar com o amigo no primeiro dia que percebi o seu comportamento diferente. Não quero nunca mais ter tal atitude, não quero mais deixar a pressa se sobressair a atenção que posso dar as pessoas. Talvez esse seja o grande legado daquele que nunca se prestou a desperdiçar seu tempo com coisas fúteis. Meu amigo “Beto” nos ensinou que o tempo é implacável e não perdoa. As pessoas precisam de carinho, de diálogo e atenção.

Dizem que quem prejudica a própria  vida não tem o perdão divino, mas no caso do nosso amigo “Beto”, nosso Senhor DEUS irá fazer uma exceção, afinal, em um mundo maldoso e egoísta como o nosso (e como somos nós), não haverá de se punir quem só fez o bem em sua passagem pela terra.