A reportagem do Site RSENA verificou que, embora o pecuarista diminuiu o preço da arroba do boi em 30%, casas de carne continuam fornecendo o produto ao cliente com o valor antigo. Clientes reclamam da inércia das autoridades locais diante do caso e pedem intervenção do PROCON. Por outro lado, açougueiros justificam manutenção dos preços altos. Câmara também se manifestou sobre o assunto:
Por Ricardo Sena/para o Site RSENA: Obs.: As informações abaixo foram adquiridas através de fontes que pediram para não serem identificadas:
RSENA 27/04/23 às 23h20
Em meio a uma polêmica e insatisfação que se criou na cidade de Bocaiuva com relação aos preços da carne bovina, considerados injustos e abusivos, a reportagem do Site RSENA resolveu apurar a relação entre fornecedor (Pecuarista), vendedor (Açougues e Mercearias) e consumidor final (cliente) para entender o que acontece no ramo da pecuária onde, embora pecuaristas afirmam que reduziram consideravelmente o preço de suas criações, o valor ao consumidor final continua o mesmo que era praticado durante a forte alta dos anos anteriores.
Nossa reportagem fez uma pesquisa junto a pecuaristas, açougueiros e clientes para entender o caso. Percebemos que, de fato, o valor da arroba do boi fornecida pelos pecuaristas aos açougueiros diminuiu em cerca de 35%, mas, nas casas de carnes o valor continua chegando ao consumidor final sem nenhum reajuste, ou seja, com os preços antigos.
VERSÃO DOS PECUARISTAS:
Ao Site RSENA, pecuaristas afirmam que, no auge do aumento da arroba do boi que aconteceu em 2022, o aumento por parte dos criadores de gado imposta aos açougueiros foi de 25%. Naquela época, a arroba era vendida a cerca de R$350 Reais, o que, segundo eles, realmente justificava um alta no preço do Kg da carne ao consumidor final. Porém, esse valor, nos últimos meses, diminui consideravelmente sendo que o pecuarista não consegue, hoje, vender a arroba da sua criação por mais de R$220 Reais. Contudo, nos açougues os preços continuam os mesmos de antigamente.
VERIFICAÇÕA DO SITE RSENA:
Com a diminuição dos preços por parte dos pecuaristas, O Site RSENA fez uma pesquisa junto a vários estabelecimentos comerciais. Constatamos que, de fato, o valor praticado no Kg da carne de boi pelos estabelecimentos comerciais segue o mesmo do ano passado (2022), mesmo estes mesmos estabelecimentos comerciais adquirindo o produto a um valor muito menor (redução de 35%).
COMPARAÇÃO:
Para se ter uma ideia, um pecuarista disse a nossa reportagem que hoje cada kg consumível de um boi vendido a um estabelecimento comercial da cidade custa ao açougueiro cerca de R$13 Reais, mas, no açougue o cliente irá pagar cerca de R$40 Reais na carne de primeira e R$25 Reais na carne de segunda. Em alguns estabelecimentos pesquisados pelo Site RSENA, a picanha, por exemplo, chega a custar R$70 Reais o kg.
A VERSÃO DOS AÇOUGUEIROS:
Por outro lado, a reportagem do Site RSENA também ouviu os açougueiros. Os ouvidos disseram que, realmente, embora a baixa na arroba do bovino, muitos estabelecimentos continuam praticando os mesmos preços, pois foram prejudicados no ano passado (2022) onde conviveram muitos meses com baixíssimas margens de lucros em decorrência do grande aumento na aquisição dos cortes.
Além disso, os comerciantes ouvidos pelo Site RSENA disseram que existe certa instabilidade no preço da arroba do gado. Em outras palavras, os açougueiros acreditam que o preço da arroba do boi pode aumentar novamente a qualquer momento e eles não querem se indispor com o cliente com novos reajustes e por isso preverem manter o preço.
CÂMARA MUNICIPAL E PROCON:
Ouvida todas as partes, O Site RSENA resolveu conversar sobre assunto com a Câmara Municipal de Bocaiuva MG. Escolhemos questionar o Vereador Pedro César pelo fato de ter sido o primeiro coordenador do PROCON em Bocaiuva. Em nota a nossa reportagem, o vereador disse que:
“Com relação ao preço da carne, o Procon não só pode atuar como deve! Umas das principais funções do órgão é defender o consumidor. E nesse caso ele pode aferir se o preço está dentro do que é cobrado pelo mercado. Inclusive podemos acionar o Procon Câmara para fazer esse levantamento. Na terça, podemos ver isso em conjunto com os demais vereadores. O Procon não pode regular o mercado, mas deve fiscalizar para que o mercado também não abuse e viole o direito do consumidor levando sempre em conta os critérios adotados para cada tipo de produto ou serviço”.