Familiares enviaram nota ao RSENA afirmando que Douglas morreu por omissão de socorro, que era um bom pai de família e pessoa de bem:
RSENA 10/05/25 às 1h09.
A família do navarrense Douglas Leite, 47 anos, enviou nota a reportagem do RSENA pedindo investigação na morte do parente após o mesmo ter sido conduzido ao presídio de Bocaiuva. Segundo os parentes, o homem teria sofrido um acidente de moto, e, constatado que estava sob efeito de álcool, foi preso e conduzido ao presídio onde posteriormente teria chegado ao hospital já sem vida. Na nota, a família relata que Douglas teria pedido por socorro no presídio em decorrência de fortes dores, mas teria sido ignorado. Os familiares relatam ainda que Douglas era bom pai, não tinha antecedente criminal, era pessoa de bem e que sofria de epilepsia.
Confira a nota na íntegra:
Prezados,
No dia 02/05, Douglas Leite sofreu um acidente de moto na BR 135, sendo prontamente socorrido por um caminhoneiro. Entretanto, ao se aproximar da policlínica de Navarro, ele caiu novamente, e a moto, desgovernada, colidiu com uma árvore. Felizmente, nenhum outro indivíduo foi ferido além dele próprio, pois estava sob influência de álcool. Vale ressaltar que, conforme atestado médico, Douglas era epilético, fato ignorado pela polícia ao prendê-lo.
Após sua prisão, Douglas sofreu sua primeira convulsão na prisão, sendo encaminhado ao hospital. Posteriormente, ele teve outra crise, porém não recebeu o devido atendimento, vindo a falecer dentro da prisão. É alarmante o fato de que sua ida ao hospital ocorreu apenas após sua morte, e a família só foi informada horas depois.
O procedimento posterior à sua morte também levanta sérias questões éticas e legais. A médica do hospital se recusou a assinar o laudo de óbito devido à ausência de sinais vitais. No entanto, sem comunicar a família, um policial assinou o documento e encaminhou o corpo à funerária Rosa, sem a devida autorização dos familiares.
Adicionalmente, fomos coagidos por dois policiais e uma assistente social a assinar documentos relacionados ao ocorrido. Somente com a intervenção de um vizinho, evitamos tal pressão indevida.
Douglas Leite, que completaria 47 anos, deixou para trás uma filha de 16 anos. Exigimos justiça e transparência nesse caso, que claramente envolve negligência por parte das autoridades. Além disso, questionamos o motivo pelo qual o hospital não prestou assistência adequada a Douglas, que apresentava múltiplos hematomas.
Testemunhas relataram que Douglas estava em uma cela separada no segundo andar e gritava por sua esposa enquanto sofria com dores intensas. Outros detentos também gritaram por ajuda, porém os agentes penitenciários permaneceram inertes.
É importante ressaltar que Douglas era um trabalhador honesto e um pai dedicado. Sua morte prematura deixou um vazio insuperável em nossa família e em nossa comunidade.
Solicitamos a sua ajuda para divulgar essa injustiça na mídia, na esperança de que a verdade venha à tona e a justiça seja feita. Sabemos que o caminho para obter respostas pode ser longo, mas estamos determinados a buscar a verdade em nome de Douglas e de sua família devastada.